terça-feira, 2 de outubro de 2007

Da carta de amor que eu escreveria para ele


Outubro começou e trouxe uma notícia quase boa. O horário de verão começa dia 13, nos deixando uma hora menos afastados. Desculpa, por não ter te esperado acordada ontem, o cansaço foi mais forte. Mas como sempre vou te contar meu dia, pra que a gente se sinta mais perto.

Hoje de manhã eu passei o café, forte e sem açúcar, como você gosta, e como eu aprendi a gostar, eu fiquei tentando contar inutilmente, quantas xícaras mais eu vou tomar sozinha; se você estivesse aqui eu ia te lembrar de soprar, porque o café tá quente, e eu sei que você sempre queima o nariz com o vapor. Eu almocei com uma amiga, e falei de você, na verdade falei dos seus olhos, quase cinzas. Eu tentava explicar para ela, que cor eles tinham, mas faltavam exemplos, ai eu conclui que seus olhos tem uma cor, que só eles têm. Um verde cinza, talvez. Eu não sei se eu contava para ela, ou se era para mim. Pra não me deixar esquecer, não que eu vá esquecer, mas a nossa memória às vezes nos prega peças, você sabe, então eu fico continuamente reavivando seus detalhes, e assim também eu te trago pra mais próximo de mim, enquanto você não vem. À tarde eu vi um filme de amor, desses em que tudo sempre termina bem, e quis saber quando vai chegar o nosso final feliz, que dia vai acontecer o "foram felizes para sempre", quando vai começar o nosso ara sempre. Eu sei que nosso amor é bonito, complicado, e vai ter final feliz, eu sei que é um amor desses de cinema, mas eu preciso saber quanto tempo falta para o última cena, para que os créditos desçam, as pessoas saiam esperançosas da sala de cinema, e a gente possa então passar no supermercado, comprar o jantar e ir pra nossa casa, rir do programa chato da televisão e lembrar de tudo que a gente passou pra ficarmos juntos. Todo dia eu acordo pensando que podia ser o dia de ir ao aeroporto te buscar, ou ir para o aeroporto, pegar um avião e te ver me esperando. Todo avião que corta o azul celeste me enche de esperança, eu sei que um dia um de nós vai estar em um desses aviões e que finalmente a gente vai ficar junto. E eu penso na nossa casa, na casa que a gente vai ter, eu fico pensando em que país essa casa vai ser. Toda manhã eu acordo sem querer acordar, pra prorrogar um pouco mais os sonhos bons que eu tenho com você, e com seus olhos cinzas, mas eu acordo, eu olho pro relógio, somo cinco horas e tento imaginar o que você está fazendo. Aí eu tomo o meu café, forte e sem açúcar, como a gente gosta, aí eu seguro a xícara com força e engulo em seco para não chorar de saudade. Mas aí eu sorrio, porque eu sei como é bonito esse imenso triste mundo, e principalmente porque eu sei que em algum lugar, mesmo que bem além do oceano, alguém me ama. E um dia, em breve, esse alguém, que é você, vai estar aqui bebendo café amargo comigo.


Aqui é uma da manhã, aí já são seis e você deve se levantar em breve. Tenha um bom dia então, honey! Beijos!



Postado por: Anne Keat

Um comentário:

Matheus disse...

Ahh, q lindo! rsrs