"Andorinha lá fora está dizendo:- "Passei o dia à toa, à toa!"
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!Passei a vida à toa, à toa..."
(Andorinha, Manuel Bandeira em Libertinagem)
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E assim, continuo aqui, existindo, com as sobrancelhas por fazer, o cabelo seco e sem corte, as unhas lascadas com o esmalte vermelho descascado, a maquiagem borrada da noite passada. Prefiro dormir a acordar, prefiro chegar a sair.
Olho o relógio e espero que o tempo passe, que o tempo pare, que o tempo volte. Espero apenas para não deixar de esperar. Deixar de esperar seria me tornar ainda mais vazia. Mas a esperança por nada também não preenche; corrói, assim como a saudade do que nunca existiu.
E, pelo menos por enquanto, sonhar acordada é o meu passatempo preferido.
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Por B.G.
Ps: Férias intermináveis. ¬¬