sábado, 24 de novembro de 2007

Mudando a casa decimal


Acordo, olho para o teto e vejo meu ventilador. Estou em casa. Minha cabeça dói. Novamente, bebi mais do que devia, mais do que me era necessário. Então começo a recuperar meu raciocínio... Meu Deus, hoje é meu aniversário. Eu odeio meu aniversário. Não. Não é porque “noooossa, estou ficando mais velha”, e nem nada parecido. Afinal, eu fiz 20 anos, não 40. No meu desejo, hoje nada mais seria que um dia comum, assim como também seria o dia do reveillon. Mas não me deixam, não me permitem. Então, fazem desse dia um dia diferente, especial, mas não por minha vontade. Crio expectativas. Eu não suporto expectativas. E então eu olho pro telefone, e penso, quem vai ligar... Fulano, ciclano, tem que ligar, caso contrário... Caso contrário nada. Serão apenas mais algumas das várias frustrações que eu tive na minha vida, que qualquer um teve, e gostaria que não tivesse. E então eu lembro do pensamento de uma semana atrás: o que eu vou fazer no dia? Onde? Quem eu chamo? Fazer nada se torna algo impossível. E seu aniversário acaba sendo uma lista, na qual você decide quem são seus amigos, quem não é tanto assim. E na verdade você não decide. Meras ilusões. Minha vontade é dormir profundamente e acordar domingo, com meus 20 felizes anos, ainda com minhas vagas expectativas, meus sonhos incompreensíveis; e, assim, ser feliz para sempre, como nos contos de fada.





“She moves on her own way...”