quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Quase madrugada

A paisagem noturna da cidade parece abrigar luzes mais brilhantes, neste dia após a chuva.
Uma música nostálgica me faz lembrar da falta de você que era um onipresente inverso, quando eu não te conhecia.
Agora ouvi-la me faz ter saudade de te sentir nas coisas, para suprir sua falta em café, sorvete ou teatro e não morrer de vazio.
Agora a noite limpa me remete ao seu olhar que eu já conheço, e no entanto nem sequer sei se está distante, nem se o não estaria, em que estivesse perto, fisicamente.
Sobretudo eu tenho falta de você antes do que era, quando era o verbo e a imagem criada em poesia.
Por fim resta a certeza de que não merece, nenhum inclinado a poeta, conhecer o motivo de sua poesia, pois que sem ele é que esta existe. Que a presença da musa é por demais intensa que se exprime ao vivo, que o poeta desmerece o papel.
Quiçá você fosse quando o meu verso o era e eu não te perdesse para escrever poesia.
Deus me livrasse desta noite limpa, e destas luzes da cidade estreladas sobre o asfalto, e sobretudo desta poesia desvairada que esta falta me inspira.

10/11/2008

Laís de Oliveira