Soneto XXI
Criou o homem, Deus, de brincadeira
E fê-lo belo, a si refletido
Deu-lhe ilusão e folhas de videira
À imperfeição tornou-o divertido
E tão bem pôs-lhe enganos na algibeira
Que humano, mais que havia de ter sido,
Tornou-se o homem e à mesma maneira,
Mais que entende Deus, triste e sofrido.
À frente o criador entre seus jogos
Sem perceber a cria, esta sem vê-lo,
Aquele a rir em seus secretos planos.
O homem sempre à busca d’um tal logos,
E ri-se Deus, que não sabe os apelos
Daquele que em vida é humano.
2005
Laís de Oliveira
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
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