Sempre que via as pessoas juntas, se amando, eu pensava que um dia ele ia chegar. Não um príncipe montado num cavalo branco, mas alguém especial que quisesse me doar todo o seu amor e recebê-lo de mim, desta vez, sem reservas.
E onde estará ele? Se puder me ouvir agora... Que chegue logo! Tenho medo de que ele já tenha chegado e eu, com todo o meu orgulho e timidez não o tenha notado ou esteja desprezando-o não por ser impenetrável, mas por não conseguir me aproximar.
Sei que preciso mudar isso em mim, essa paralisia injustificada, mas infelizmente é isso que acontece com os poucos homens que me tiram o controle da situação e, depois de um tempo, de mim mesma.
Não consigo mais prever todos os comportamentos, sinto que nesse momento estou envolvida, de corpo e principalmente de alma, em uma situação, quiçá relacionamento, que não tem começo, não tem meio e não sei se um dia terá fim, já que isso nunca começa para valer.
E sei que perder o controle me desestrutura inteira, me deixa numa tontura irresgatável, um mergulho que prefiro me afogar a ter que voltar à superfície e enfrentar uma situação de desconforto e, pior, descontrole.
Existe alguém... Mas não o conheço por completo, não sei por onde ele anda, o que pensa de mim, o que almeja e o que sente. Não sei nada. E daria muito para descobrir tudo isso e me aproximar dele, mas parece que ele também fica paralisado, ou talvez não se importe comigo.
Um dia, quando nos encontramos e disse estar exausta, ele sugeriu: “Escreva!”
E aqui estou eu... Tentando colocar em palavras o que não sei estar sentindo. Tentando transpor uma confusão de sentimentos que se entrelaçam e voltam a se desfazer, que se encaixam e se desencontram quase que ao mesmo tempo.Você é confuso, é complexo é do jeito que eu gosto... Se tivesse coragem conversaria com você, te pararia no meio da rua e diria tudo que está passando pela minha cabeça, te seguraria pelos braços e faria você desvendar todos os mistérios que aparentemente esconde e, principalmente, faria você me dizer o que realmente pensa e sente por mim. Juro, eu agüento se disser que não sente nada, se disser que não quer se envolver. Eu agüento! Pior, é não saber... Pior é deduzir sem certezas, acreditar sem ver concretamente. Nunca fui boa em abstrações, tampouco em subjetivismos. Só queria que você soubesse, talvez isso facilitasse um pouco as coisas...
segunda-feira, 16 de junho de 2008
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