sábado, 3 de novembro de 2007

Do copo pela metade

"Eu sei que nada tenho a dizer
Mas acabei dizendo sem querer
Palavra bandida
Sempre arruma um jeito de escapar!"
Móveis Coloniais de Acaju
Perdida no labiritno do quarteirão fechado da Pernambuco, achei as respostas para as perguntas que você nunca me fez. Não é que elas já não estivessem em mim, mas faltam-me as metáforas adequadas. Elas não podiam ser mais óbvias, mas precisei ouví-las displecentemente de um amigo ( desculpa aí pelo plágio). Eu só queria o copo pela metade, afinal de contas o que está meio vazio está também meio cheio. Eu nunca quis te pedir o que você não pudesse me dar, eu nem teria condições de receber tanto. Sua semi-presença me bastava, mais seria muito, menos é pouco.
Pequenos deslizes afloraram o óbvio- equilíbrio é ilusório e insustentável. Eu pequei pelo excesso, você compensou com a falta. Mas veja bem, você não foi para mim Diadorim, eu só gostei de sua companhia, dos risos descompromissados, e da tarde ociosa naquele café. Entende, eu só quero o copo pela metade, não é porque eu deixei transbordar que você deveria tê-lo esvaziado.
Busquemos, pois, a leveza de um artista de circo, para andarmos sobre a corda bamba do equilíbrio, para que as inseguranças e suposições não tomem o lugar da realidade livre e agradável, e, para que expectativas desproporcionadas não suguem do presente o doce sabor de estar sendo. Principalmente para que cada um tenha o espaço necessário para colar os pedaços quebrados de seu próprio coração. Porque cada um tem de ser inteiro apenas pra si próprio.
Oxalá tenha você entendido o que eu tento em palavras inteiras dizer. Mesmo que me faltem as palavras, ou que sejam elas meias-palavras.
Postado por: Cíntia Melo