sábado, 15 de dezembro de 2007

Coisa de buteco

Não, não quero abandonar isso aqui.
É uma saída boa, útil, mas não fácil.
Não ando com vontade de escrever... Queria postar algum texto de alguém, entretanto, nem mesmo isso me veio à cabeça.
Talvez seja porque meus sentimentos são sempre os mesmos, assim como minhas idéias, e,por mais que continuem aqui, tentando gritar, dia pós dia, continuarão silenciados. Escrever reprime o grito, não o silêncio.

Pouco tempo atrás, saindo de um bar perto da minha casa, uma amiga me perguntou se eu preferia uma alegria falsa ou uma tristeza verdadeira. Alegria falsa, disse. Ela me olhou chocada. Perguntou aos outros, e todos responderam que preferiam uma tristeza verdadeira. Então, ela olhou pra mim, arqueou as sobrancelhas, e me disse vários argumentos, bons, admito, para me convencer do contrário. Olhei calmamente e disse: ainda sim, prefiro uma alegria falsa. Conhecendo-a como conheço, ela brigaria por sua opinião durante horas a fio, se houvesse alguma chance de convencer-me, mas viu que não era o caso.

O fato é que a pergunta foi o que eu preferia, um ou outro, e tristezas verdadeiras não me interessam. O quanto mais longe eu puder passar dela, lhes digo, passarei. Covardia? Sim, porque não.
Creio que esteja aí o problema. Escrever coloca o meu pé na realidade, em minhas tristezas verdadeiras, em minhas alegrias falsas. Escrever me mostra o conflito entre o silêncio que eu forço e o grito que insiste sair.

De qualquer forma, louco mesmo é quem só quer viver de realidade.
O que não significa que eu não seja louca, claro.





"Suddenly I see
Why the hell it means so much to me?"