quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Velha e a Moça (ou Prosa de Sete Fases)

Naquela rua se morreria com facilidade. Tantos carros que passavam sem premeditar a ida pelo asfalto, que a travessia era uma aventura de graves imprevistos.
Atravessei sem pressa, para mais admirar a vida.

Eu tenho pena de gastar algumas boas frases com um texto sem sentido. Mas dou-lhe às letras pra que ele se faça... Que alguém nesse mundo tem de ter coragem de ser tão ridículo. Deixe-o ser, meu texto!

Se o mundo é algo novo, eu já o sei de alguns anos. Mas, ainda, gosto de pensar nas ruas como novas candidatas a cenário e paisagem, gosto de pairar meu sono sobre as luzes da cidade e indagar o que há de novo, o que de certo ainda não vi.

Eu tenho a pretensão de saber tudo e admito. Ainda, sei dizer que sei de tudo do que sei. Do que não sei, de fato sei bem nada, mas insisto em inventar.

Sem me contar, eu faço novos planos entre as tardes sem motivo e crio um novo caminhar em toda cria que invento. Minha memória fraca faz com que eu me esqueça do que era ontem e eu sigo, incoerente e sem linhas concisas, descontínua.

Eu choro algumas vezes entre as luas, ponho a culpa nos hormônios. Da mesma forma eu culpo o horóscopo do meu gosto por bobagens. Assim, saio de grandes discussões, que sou passiva e imprecisa. Faço paródias pra não sofrer plágio.
No mais, tenho preguiça de ser algo.

Por fim eu sou confusa e não tenho sentido. Do nada eu me notei com peitos e sentidos com os quais não sei sentir. A culpa não é minha se não tenho me sentido há uns doze anos.
Aí escrevo tonta, que me aguça os sentidos.

Laís de Oliveira