quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sem nome


Eu nua
Aqui falando alto, impropérios.
Aqui gritando enigmas
Mistérios meus
O que te intrigue, te interesse em mim.

Eu doida
Aqui gesticulando, teatral.
Aqui vez desengonço
Tal, vez dança
Pra que me olhe, te interesse em mim.

Eu tonta
Aqui girando em mim, tanto que caio.
A quê ocupei-me só de mim?
Ensaio em vão
Que tanto fez, que te interessa em mim?

2007
Laís de Oliveira

Le Cirque (1891) - Gorges Seurat

Um comentário:

Anônimo disse...

Em tudo, o que me interessa é o voo da borboleta. Vivaz como nada, o casulo segue interior a qualquer a dúvida, segue anterior a qualquer descoberta, mas principalmente, é de fato o ser em si pela última vez. E quando enfim, as cortinas se abrem e aquele voo único de plenitude, belo e momentâneo. É o que me interessa!