Ela olha o calendário, pensando nos anos que se passaram e tenta entender o porquê. Acha engraçado notar que seus gostos mudaram, suas mãos envelheceram, o sorriso amoleceu e ela continuava ali, parada, como se não tivesse forças pra se mexer. Afinal, o que tanto a prendia?
Quem dera saber. Um cheiro, o olhar, o tato, o sorriso, o andar, a maneira como ele segurava sua xícara de café? Não sabia dizer. A aparência talvez? Não.
Quantas vezes olhou para ele e se perguntou o que tanto lhe interessava. Nunca soube ao certo.
Talvez fosse os olhos pequenos e levemente puxados, o sorriso aberto que saía sem controle quando ela o chamava por um apelido engraçado, as mãos macias, os dedos finos. Talvez fosse a maneira como ele conseguia agüentar com leveza as pessoas que ele não suportava.Talvez fossem suas manias. Deus, como ela adorava suas manias. Sabe, aquelas coisas inexplicáveis, como não pisar sobre as divisas dos ladrilhos, dormir apenas na beirada do travesseiro, ou apenas não conseguir comer salada com o restante da comida. Manias deixam as pessoas mais interessantes, dizia. As retiram daquele montante, deixando-as ímpar, e até bizarras, porque não. Ela tinha suas manias e as conservava com a mesma intensidade que mantinha suas memórias. Gostava do louco, intransigente, incomum. Bem, talvez fosse a ironia e a arrogância que ele insistentemente usava para cobrir uma insegurança que ele não podia admitir. Talvez fosse a facilidade que ele tinha de fazê-la perder os sentidos. Talvez fosse a voz, talvez o senso de humor. Talvez a maneira como segurava sua mão.
Hipóteses havia muitas, certezas, nenhuma. Já tinha passado por todas as fases; de depressão e auto-piedade a tentar achar outra pessoa, até que chegou à aceitação. Sabia que ele não seria seu, mas não lhe cabia mais nada a não ser esperar. E só de não ter que lutar contra si mesma já era uma imensa felicidade.
Quem dera saber. Um cheiro, o olhar, o tato, o sorriso, o andar, a maneira como ele segurava sua xícara de café? Não sabia dizer. A aparência talvez? Não.
Quantas vezes olhou para ele e se perguntou o que tanto lhe interessava. Nunca soube ao certo.
Talvez fosse os olhos pequenos e levemente puxados, o sorriso aberto que saía sem controle quando ela o chamava por um apelido engraçado, as mãos macias, os dedos finos. Talvez fosse a maneira como ele conseguia agüentar com leveza as pessoas que ele não suportava.Talvez fossem suas manias. Deus, como ela adorava suas manias. Sabe, aquelas coisas inexplicáveis, como não pisar sobre as divisas dos ladrilhos, dormir apenas na beirada do travesseiro, ou apenas não conseguir comer salada com o restante da comida. Manias deixam as pessoas mais interessantes, dizia. As retiram daquele montante, deixando-as ímpar, e até bizarras, porque não. Ela tinha suas manias e as conservava com a mesma intensidade que mantinha suas memórias. Gostava do louco, intransigente, incomum. Bem, talvez fosse a ironia e a arrogância que ele insistentemente usava para cobrir uma insegurança que ele não podia admitir. Talvez fosse a facilidade que ele tinha de fazê-la perder os sentidos. Talvez fosse a voz, talvez o senso de humor. Talvez a maneira como segurava sua mão.
Hipóteses havia muitas, certezas, nenhuma. Já tinha passado por todas as fases; de depressão e auto-piedade a tentar achar outra pessoa, até que chegou à aceitação. Sabia que ele não seria seu, mas não lhe cabia mais nada a não ser esperar. E só de não ter que lutar contra si mesma já era uma imensa felicidade.
2 comentários:
Deve ser alguma coisa de alma, inexplicavel!
Deve ser alguma coisa de alma, inexplicavel!
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