quinta-feira, 13 de março de 2008

Seu Poema sem nome



Naquela noite ela sonhou com ele
e com palavras que não tinha dito
viu ele amarelar-se em postes
Ele correr alucinado
veio vê-la
E veio completar frases não feitas
veio lhe responder
bocas de álcool
e sono
veio declarar-se insone
e dela
que naquela noite o teve.

Naquela noite ela sonhou estrelas
que se partiam como as palavras
Se repetiam
rimas alternadas
se escreviam como ela o fazia em segredo
Naquela noite ela teve um filho
com ele
que as estrelas nomearam
sem nome
e o filho esperneava postes e chuva
sob poucas estrelas
que ele rimava com as pernas.

Naquela noite ela pariu um filho
só dele
e terminou por concebê-lo.

Laís de Oliveira

Um comentário:

Armanda Flor disse...

Sutil e intenso!
Como você... Como a sua escrita...