Ele traria as flores de outubro que ela escrevera, há tempos.
O céu de abril, raleado de nuvens afiladas com seu azul fraco, relembraria outubro em chão e flores, de poeira e ornamentos.
Quiçá ele devesse relembrar setembro se evaporando de agosto, que outubro foi, por fim, um mês vazio de constâncias, foi preparo de um novembro que não teve, ou que teve e passou saudoso de ainda ser outubro. Novembro foi, por fim, enevoado em suas dores e eu me perdi em folhas, como o mês em suas nuvens.
Dezembro, eu já me esquecia de outubro. Janeiro, eu já nem era.
Em fevereiro eu confirmei a idade que eu já tinha e, pelo menos, deu saudade de outros sonhos. Foi choro e precisado, quando de abandonar os planos para ver estas montanhas outra vez. E desde então, não tenho tido casa.
Março foi sem quase ser notado. Parece que me apaixonei às noites, pela chuva amarelada com as luzes. Sei que março teve fim já em abril, que sumiu com seu início.
Agora volta outubro, com as cores que deixei há vários meses.
Laís de Oliveira
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Pode ser que outubro signifique muitas coisas; para cada um de nós, uma delas. Mas ele tem uma característica única: retorna rápido, sempre, surpreendente.
Postar um comentário