Um casal posa maquinalmente fotográfico neste clichê de coqueiro e flores. A praça nunca esteve tão bonita.
Logo uma noiva vai posar, sem graça, suas futuras memórias sugeridas por um fotógrafo que a desconhece. Ao fundo, um relance de bicicleta esquecida no cenário e algumas caras que a noiva desconhece. A praça nunca esteve tão aflita de ser algo além da grama.
Laís de Oliveira
quinta-feira, 29 de maio de 2008
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Fossa
dor de garganta
fome
esse meu ar
de aborrecimento
a dor sem nome
arde feito cachaça
desce insone
nas noites sem motivo
amor se come
de gula - engole , traça -
feito doce.
e se enfastia
como quem não possa.
má-digestão?
música triste, passa...
bebo Jacques Brel feito digestivo
com goles dolorosos
de cachaça.
Laís de Oliveira
fome
esse meu ar
de aborrecimento
a dor sem nome
arde feito cachaça
desce insone
nas noites sem motivo
amor se come
de gula - engole , traça -
feito doce.
e se enfastia
como quem não possa.
má-digestão?
música triste, passa...
bebo Jacques Brel feito digestivo
com goles dolorosos
de cachaça.
Laís de Oliveira
"I took my love down to Violet Hill"
terça-feira, 20 de maio de 2008
Sangue e aguardente
"Das brigas que ganhei,
nem um troféu pra casa eu levei
As brigas que eu perdi,
essas sim eu nunca esqueci"
Pato FU
Era como se eu ainda ouvisse as vozes na minha cabeça, você é um rapaz de família, olha lá se isso são jeitos, tenha compostura. Mas na hora nada pareceu adiantar. Eu não sei o que incendiava mais, a cachaça barata que desceu intragável pela garganta, o sol quente fritando meu couro cabeludo, ou a raiva que me subia pelas bochechas e me fazia cerrar os pulsos. Eu sei que não devia, mas tem muita coisa que a gente não deve fazer sabe, mas faz assim mesmo. E no fundo, parece que esse é que sou eu. Comigo é no tapa e no grito. E no pranto, mas esse eu deixo escondido, porque garotos não choram.
E não dá pra dizer o que é pior, as cãibras por todo o corpor, o asfalto quente como inferno me lixando o rosto, ou o gosto amargo na boca, de aguardente, sangue e poeira. E,algum motivo, que está além da minha escassa capacidade de compreensão, me faz crer que ser o perdedor ainda é mais saboroso.
nov 2005- Com os devidos créditos ao Felipe, que me serviu gentilmente, de modelo real. Suprimi os fatos, pois não são dignos de serem relembrados.
sábado, 17 de maio de 2008
Inércia
Poderia repetir as palavras de Cê e dizer que a metrópole anda impedindo meus escritos aqui - o que não deixaria de ser uma verdade - mas não poderia deixar por isso só. Vontade de escrever até tenho tido, mas tudo me parece tão velho e gasto que não acho que vale a pena colacá-las (palavras) aqui. As coisas tem dado certo, o caos aos pouco foi se esvaindo e eu até sinto uma paz que há muito tempo não sentia. O que não muda sou eu. E qualquer coisa que eu escrevesse aqui, por mais que fosse algo novo pra mim, ainda teria aquele cheiro de livro velho, folhas amareladas e milhares de digitais.
As marcas que ficaram não são apenas marcas, se tornaram parte de mim, e nem cirurgia plástica resolve.
As marcas que ficaram não são apenas marcas, se tornaram parte de mim, e nem cirurgia plástica resolve.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Pela ruas da capital
Ontem Lais me cobrou escritos, eu fiquei sem respostas.
Saí pelo centro hoje, buscando inspiração: pela Rua Carijós e seus predinhos ocupados por oticas e relojoeiros;pela Galeria do Ouvidor, e todas suas cores;pela Galeria do Rock, que de rock já quase não tem nada; pela Rodoviária, e suas gentes que chegam e que vão; até parei em frente ao Pirulito na Praça Sete, olhei pro céu e tirei o fone do ouvido para escutar o vai-e-vém frenético da cidade. Mas de nada adiantou. Continuo apática, preferindo as paredes lilás e o silêncio do meu recanto interiorano. A metrópole tem deixado meus neurônios carcomidos. Resultado: paralisia criativa.
Não me venham criticar meus textos, pois, se os aqui escrevo hoje, é pela simples sensação de dever cumprido.
Saí pelo centro hoje, buscando inspiração: pela Rua Carijós e seus predinhos ocupados por oticas e relojoeiros;pela Galeria do Ouvidor, e todas suas cores;pela Galeria do Rock, que de rock já quase não tem nada; pela Rodoviária, e suas gentes que chegam e que vão; até parei em frente ao Pirulito na Praça Sete, olhei pro céu e tirei o fone do ouvido para escutar o vai-e-vém frenético da cidade. Mas de nada adiantou. Continuo apática, preferindo as paredes lilás e o silêncio do meu recanto interiorano. A metrópole tem deixado meus neurônios carcomidos. Resultado: paralisia criativa.
Não me venham criticar meus textos, pois, se os aqui escrevo hoje, é pela simples sensação de dever cumprido.
quinta-feira, 1 de maio de 2008
Lua
Pendurei-me na janela
e guardei a lua só pra mim
como um segredo
e mostrei-a murmurando
em seu ouvido
teu segredo
por ser tão somente meu.
E só eu olhei teus olhos
quando ninguém
- e nem eu -
os via.
Uberlândia, 2007
Laís de Oliveira
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