terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dos olhos verdes

"Já falei tantas vezes
do verde dos teus olhos
todos os sentimentos lhe tocam a alma
alegria ou tristeza!"
Maria Rita

O verde-cinza-azul dos teus olhos já comeram minha paz. Virou rima recorrente dos poemas piegas que eu faço na ânsia de te esquecer. Mesmo sabendo que meu maior esforço é para mantê-los sempre vivos na minha memória. Eu vejo em tudo que é belo o reflexo dos teus olhos furta-cor. Meus cafés são cada dia mais amargos, as insônias mais solitárias, as horas no analista mais angustiantes e as doses de vodka cada dia mais fortes. Tudo isso pela busca incessante de cruzar meu olhar ao teu, ao menos mais uma vez. De ver teus olhos azuis de desespero me suplicando paz; tão cinzas, como se fazia cinza o mundo para ti; e tão verdes, como verde é a esperança em que eu tentao acreditar quando a lembrança de tua imagem me dilacera a alma. Teus olhos multicoloridos me mostraram os caminhos mais perdidos em que eu já me encontrei. E me perdi. Me perdi sem seu olhar de guia, de protetor, e de anjo caído. Mais uma vez as horas se arrastam, e eu aqui me torturando com a idéia de teu olhar infantil buscando nos meus olhos distraídos abrigo pros teus tantos medos camuflados. E eu aqui tão longe, sem teus olhos não tenho mais nada!


Postado por: Cíntia Melo

2 comentários:

Anônimo disse...

Se inspirou no poema de Gonçalves Dias?
"Dizei vós: Triste do bardo!
Deixou-se de amor finar!
Viu uns olhos verdes, verdes,
Uns olhos da cor do mar:
Eram verdes sem esp'rança,
Davam amor sem amar!
Dizei-o vós, meus amigos,
Que ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!"


Enfim,
Insônia, cafés amargos... são sintomas de alguém que foi abandonado, e junto com tudo isso, ainda vem as lágrimas que chegam pelas madrugadas...
Tudo é uma grande bolha azul suspensa em um áquario
espera que um dia vem alguém espetar um alfinete nela. Sempre aparece alguém...

Anônimo disse...

Eu também já me perdi em um olhar; me afundei em um, mas eles eram negros. Mas consegui remar até a borda, de modo que eu conseguisse sobreviver. Hoje eu percebo que posso afundar de novo, já em outros olhos, olhares, desta vez, talvez, verdes. Mas tenho agora, uma rema sempre comigo, para que eu possa voltar.
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